ÉRIKA MACHADO

                 

Érika Machado é cantora, instrumentista, compositora e produtora brasileira, a residir em Portugal há cerca de uma década. Editou cinco álbuns em nome próprio e recebeu importantes prémios no Brasil, entre eles o de Artista Revelação pela Associação Paulista dos Críticos de Artes, Programa Rumos do Instituto Itaú Cultural, e a distinção pelo Melhor CD pela Rádio Cultura de São Paulo, Troféu Catavento (Solano Ribeiro).

Entre alguns dos seus projetos paralelos esteve a banda Spicy Noodles, que circulou por Portugal de norte a sul, teve uma canção incluída na coletânea Novos Talentos FNAC, lançou o álbum “Sensacional!” (pela editora Lux Records, de Coimbra) que teve ótima repercussão por parte da crítica especializada portuguesa. Liderou também Superultramegafluuu, um espectáculo composto e preparado especificamente para o público infantil.

Os seus mais recentes registos a solo, editados em Agosto e Outubro de 2022, são os EPs “Devastei o meu jardim por você” e “Se joga”, compostos por canções construídas e gravadas pela própria artista (em casa) num processo compartilhado através do Instagram.

Em palco, o reportório escolhido apresenta temas do álbum e revisita os seus outros quatro álbuns gravados em nome próprio, além de canções do projeto a que veio se dedicando nos últimos anos "Spicy Noodles".

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“Na minha actividade como ensaísta/jornalista cultural, crítico de música, programador de concertos e curador estou sempre à procura de artistas cujo trabalho tenha uma característica especial e diferenciadora. Foi essa particularidade que encontrei em Érika Machado, e tanto enquanto artista visual como enquanto cantautora. O mesmo tipo de postura e intervenção define o que faz na área da criação plástica (desenho, pintura, criação de objectos artísticos de variado teor, video-arte, animação) e na área da música: há uma superfície, um primeiro dar-a-ver e dar-a-ouvir, que na sua aparente limpeza formal e simplicidade de conteúdos (ou na sua aparente “ingenuidade”) parece totalizar o significado de cada obra. O que erradamente julgaríamos ser uma pop art e uma música pop sem densidade são, afinal, encenações de uma condição adolescente e de fácil assimilação, funcionando como um clin d’oeil, um armadilhamento perceptivo, um trabalho de ironização. Muito depressa somos remetidos para algo de mais complexo, a camada exterior soltando-se e permitindo-nos o desvelamento de outras que vão indo mais fundo. É então que mais leituras se proporcionam e que se entende a dimensão crítica intencionada, aos níveis social, cultural, político e económico, chegando até ao extremo de uma problematização existencial, um colocar em causa dos dados adquiridos da vida em sociedade.” -- Rui Eduardo Paes