BIRDS ARE INDIE

                     

Os Birds Are Indie nasceram em Coimbra, em 2010, entre Ricardo Jerónimo e Joana Corker, que se apaixonaram em 1998, e aos quais se juntou Henrique Toscano, um amigo de longa data. Banda independente, tem-se afirmado junto do público e da crítica, bem como tocado por todo o país e por Espanha, onde apresentam a sua forma singular de estar em palco.

É conhecida e vincada a geografia musical deste trio: o seu ninho foi construído em forma de bedroom pop, com a folk pelo meio, numa postura DIY minimalista, própria dos primeiros voos, tal como aconteceu com Belle and Sebastian, Yo La Tengo, Moldy Peaches ou Juan Wauters. Com o tempo, as asas da sua pop foram crescendo e aproximaram-se do rock que lhes foi ensinado por nomes como Lou Reed, Dean Wareham, Black Francis e Stephen Malkmus.

Depois de, em 2020, terem assinalado 10 anos de uma peculiar carreira, que inclui vários EPs e 5 discos, 2023 trouxe consigo o lançamento do 6º longa-duração "Ones & Zeros", editado uma vez mais pela Lux Records, em CD e vinil. Traçando uma nova fase no seu percurso, este é um álbum conceptual onde vivem personagens presas entre mundos, divididas nas suas vontades, simultaneamente eufóricas e desfeitas.

A gravação, feita no estúdio da Blue House, focou-se mais na intensidade do que nas harmonias e se envolveu mais na massa sonora do que na delicadeza dos arranjos. O resultado são 10 canções que, não perdendo uma certa essência pop, misturam guitarras distorcidas, caixas de ritmos dançantes, sintetizadores analógicos, bateria e baixo pujantes, aos quais se somam vozes mais ríspidas e roucas que o habitual, a servir a urgência das letras. Estas, muito carregadas de estímulos absorvidos no cenário pandémico, apresentam uma visão artística que toca em inquietações distópicas, na relação com a inteligência artificial e na ambivalência entre o mundo real e virtual.

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«Temos, em resumo, música agitada, revigorante, excitante, pés que dançam com elegância e fervor, refrões à procura de gente, cara a cara, canção a canção. Clama por vida a nova vida dos Birds Are Indie. Impossível que não nos juntemos a eles.» -- Mário Lopes, ÍPSILON / PÚBLICO

«Em Ones & Zeros experimentamos, hoje e agora, o futuro visto pelos Birds Are Indie, onde o forte e o delicado, o intenso e o harmónico, o real e o virtual, o rock e o pop, se relacionam livremente e abrem mil e uma possibilidades.» -- Man on the Moon

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Ouvir "Migrations" é como ver um conjunto de polaroids de viagens antigas, o que, por si só, já é uma viagem. Estão aqui as cores do final de tarde, as alegrias (grandes e pequenas), os tropeções e a vontade de não ficar muito tempo no chão. É uma viagem com alguma melancolia que prova que, às vezes, ela pode ser doce. Isto se não tivermos medo de a provar...» -- Marta Rocha, ANTENA 3

«Fazem da pop, não um espaço de fantasia para escapar do mundo de todos os dias, mas, pelo contrário, um lugar em que a fantasia é precisamente esta vida que temos perante nós. (...) Há este amor pelas canções, e pela forma como as canções fazem a nossa vida, que Ricardo Jerónimo, Joana Corker e Henrique Toscano aprimoraram com sensibilidade e humor, com intenção e fervor. Foi esse o longe a que chegaram. Canções, senhoras e senhores, é disso que falamos.» -- Mário Lopes, ÍPSILON / PÚBLICO

«O título "Migrations" assenta na perfeição a esta viagem por entre uma geografia física e emocional, a que não falta o espírito de diário de uma banda que sabe contar histórias onde também ela participa. Há melancolia, inquietação, ironia e espírito de desafio, num disco onde tanto descobrimos o espírito crooner de um Bill Callahan, a fatalidade de um David Berman ou o humor revolto de uns Magnetic Fields. Dez anos depois de terem aprendido a voar, estes pássaros estão soltos como nunca.» -- Pedro Miguel Silva, DEUS ME LIVRO

«Restam poucas dúvidas que o plano que Joana Corker, Ricardo Jerónimo e Henrique Toscano começaram a traçar em 2010 chegou agora ao tal ponto de perfeição que sempre tentaram alcançar, consciente ou inconscientemente. Melodias contagiantes, sol a rodos, gente a dançar na relva, um Verão impossivelmente pop, baixo pulsante, teclados viciantes e as guitarras a levarem-nos às cavalitas por uma vida que não existe para lá destas canções. Não queremos sair daqui. Podemos ficar?» -- Sérgio Felizardo, VICE PORTUGAL

«Neste "Local Affairs" há um cuidado com a produção e construção das canções, fruto da experiência. Mantém-se o feliz cruzamento de vozes e no meio de uma relativamente maior complexidade dos arranjos, nunca se perde de vista aquela ingenuidade inicial que lhes dá tanta graça.» -- Manuel Halpern, JORNAL DE LETRAS

«No sucessor de "Let's Pretend The World Has Stopped", os Birds Are Indie continuam a apostar em melodias simples, marcadas por um sentido de humor agridoce e alternando músicas animadas e faixas a meio gás. "Local Affairs" destaca-se pela ênfase na pop, assente numa dinâmica instrumental superior e complementada por arranjos mais elaborados. Por outro lado, o disco evidencia a sensibilidade que o trio de Coimbra coloca na abordagem a temas românticos, divertidos ou meditativos. O single veraneante "Come Into The Water", a balada "Endless Summer Days" e o estilo sedutor da faixa-título são os melhores momentos de um trabalho que mostra um salto qualitativo no som do grupo.» -- Pedro Salgado, REVISTA SÁBADO

«O trio de Coimbra mantém-se fiel aos acordes simples em que apostaram na sua génese, e talvez por isso a jovialidade se mantenha intacta. Esperamos, muito sinceramente, que esta malta que abandonou os seus empregos nunca se despeça da música.» -- Álvaro Graça, RUA DE BAIXO